16/12/10

8.ª edição de "Cantos na Maré"


Cantos na Maré, Festival Internacional da Lusofonia na Galiza (coordinado por Uxía), é um projecto cultural pioneiro que já vai na 8.ª edição. Através da língua e da música traça-se um mapa comum entre os territórios da lusofonía que partilham raízes. Terá lugar o sábado 18 de Dezembro às 21:00 horas no auditório do Pazo da Cultura em Pontevedra. Este ano participarão: Lenine (Brasil), Guadi Galego (Galiza), António Zambujo (Portugal) e Aline Frazão (Angola).

10/12/10

90.º aniversário de Clarice Lispector


Hoje há 90 anos (10/XII/1920) nasceu a escritora brasileira, de origem ucraniana, Clarice Lispector. Uma informação biográfica e bibliográfica bastante completa oferece, na actualidade, o Arquivo Clarice Lispector da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Em 1977, ano no que iria falecer, Clarice Lispector ainda concedeu uma última entrevista ao jornalista Junio Lerner, emitida pelo programa "30 Anos Incriveis" da TV Cultura.  Aqui reproduzimos este documento único em cinco partes, junto com outro material audiovisual relacionado com a obra de uma das maiores escritoras brasileiras do século XX: 












Vídeo inspirado no livro Perto Do Coração Selvagem de Clarice Lispector:


CLARICE SELVAGEM from tomribeiropereira on Vimeo.

Trailer do filme A Hora da Estrela (1985, 96 min), baseado no livro homónimo de Clarice Lispector:




Clipe de música do grupo brasileiro Pato Fu (Recife, 2008), baseado no romance A Hora da Estrela de Clarice Lispector, no qual se relata a vida pacata de Macabéa e o drama do escritor Rodrigo S.M., que tenta achar algo interessante e diferente na vida da mulher protagonista:




Encenação teatral do conto “O Ovo e a Galinha” de Clarice Lispector por parte do grupo brasileiro Teatro Para Alguém. O espectáculo, dirigido por Vanessa Bruno e interpretado por Angélica di Paula, foi transmitido ao vivo, via streaming, em 07/10/2010:


O Ovo e a Galinha - de Clarice Lispector from Teatro Para Alguém on Vimeo.

26/11/10

500 anos de Peregrinação

Este ano comemoram-se os 500 anos do nascimento do aventureiro, explorador e mercader português Fernão Mendes Pinto (nasceu, presumivelmente, em 1510) e do seu brilhante relato de viagens, a Peregrinação. A Fundação de Oriente e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda editaram uma obra em quatro volumes, resultado do trabalho de uma equipa internacional de especialistas dirigida por Jorge M. dos Santos Alves. O primeiro volume inclui um conjunto de 15 estudos sobre Mendes Pinto e a sua obra; no segundo, publica-se o texto restituído da edição original de 1614 (com acesso através deste blogue); no terceiro, as notas aos 226 capítulos escritas por especialistas em cada uma das temáticas abordadas e, por último, um volume de índices remissivos. Os textos desta obra que se pretende de referência junto da comunidade científica nacional e estrangeira são escritos em inglês, à excepção do volume II. Contudo, tendo em conta o facto de se tratar de um projecto já por si caro e dirigido, além disso, a uma comunidade bibliófila ou académica, não se entende porque os estudos e as notas não se oferecem, também, em língua portuguesa, uma vez que se supõe que o texto de Mendes Pinto pode ser lido nesta língua.

Na página "Autoras/es" deste blogue oferecemos um powerpoint  com uma introdução à vida, obra e recepção de Fernão Mendes Pinto, que faz concorrência com autores quinhentistas mais eruditos do que ele, como seriam, por exemplo, Luís de Camões ou João de Barros, cujas perspectivas relativiza de uma forma absolutamente remarcável.

Como material didáctico também são recomendáveis dois documentários de produção recente. O primeiro foi realizado por Bruno Neves em 2007 para a inauguração do Museu de Oriente:


Documentário Fernão Mendes Pinto: Uma vida em Peregrinação from Nuno Neves on Vimeo.

O segundo foi produzido pela RTP para a sua série "Grandes Livros", narrado por Diogo Infante, e que pretende contribuir para a promoção da leitura das grandes obras da literatura portuguesa:

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5

15/11/10

Chico Buarque obtém Prémio Jabuti

Com Leite Derramado Chico Buarque ganhou o prémio Jabuti de 2010 na categoria "ficção do ano", a mais tradicional e prestigiosa distinção das letras brasileiras. A escolha compensa o segundo lugar obtido na categoria "melhor romance" do mesmo prémio, divulgado já em outubro, quando foi relegado ao segundo lugar por Se Eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre. Vejam as/os restantes premiadas/os aqui e leiam um trecho do romance aqui.

26/10/10

Colonialismo e tabagismo à portuguesa

No sábado passado, a escritora Isabela Figueiredo publicou no seu blogue um excelente post sobre a "Colonização à portuguesa", cuja leitura recomendo vivamente. Não conheço melhor explicação em tão poucas palavras - e acompanhada de um acertado excerto de Mia Couto como exemplificação literária - daquilo que, dentro e fora de Portugal, ainda se continua a vender como um colonialismo mais brando e suave, em comparação com os outros. Enfim, como se Portugal tivesse inventado a mestiçagem de raças e a transferência intercultural. O post da Isabela fez-me lembrar, entre muitas outras coisas, uma marca de cigarros sem filtro que os mais atrevidos fumávamos na adolescência, apesar de ter sido um tabaco realmente ruim. A nossa iniciação no tabagismo à portuguesa guardava involuntárias semelhanças tanto com o colonialismo, como também com a saudade que uma parte da sociedade portuguesa ainda cultiva em relação a este. Sem conhecer ainda a célebre definição da saudade, já postulada por D. Duarte, sentíamos, simultaneamente, "nojo, tristeza e prazer" ao fumar aquilo. Era preciso ter uma grande capacidade de dissimulação e de desenrascanço para fazer crer ao resto da malta que se aguentava e, até, que se gramava o "Português suave"!  Suave na etiqueta, mas afinal sem filtro, essa talvez seria outra micro-definição do 'colonialismo à portuguesa'.

13/10/10

Saramago regressa ao cinema

Saramago continua a dar de falar depois de morto. António Ferreira adaptou o conto "Embargo" da antologia Objecto Quase, de 1984, ao cinema, acrescentando-lhe personagens, histórias e contextos.  Embargo, que teve estreia no dia 30 de Setembro, é um exemplo do cinema alternativo em Portugal: Enquanto Ensaio sobre a Cegueira, a última adaptação cinematográfica de obras de Saramago, custou 25 milhões de dólares, para este filme não se gastaram mais do que 200 mil euros. Uma entrevista com o realizador pode ser lida aqui.

07/10/10

Centenário republicano revisitado

As comemorações do centenário da República Portuguesa, instaurada o 5 de Outubro de 1910, ainda vão marcar tudo o que resta do ano 2010 em Portugal. Tinha sido uma revolução peculiar, na que o principal chefe militar, o almirante Cândido dos Reis, se suicida porque julga a revolução perdida, enquanto um despenseiro da Marinha e carbonário, Machado Santos, vai de eléctrico para a revolução e leva a República à vitória. Numa perspectiva diferenciada, que vai contra a corrente idealizadora da comemoração institucional, o historiador e deputado do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, defende que a República falhou a sua principal missão, a de democratizar o país.
Além da parte reduzida que oferece o seguinte vídeo, a entrevista completa pode ser lida aqui.
Vejam, também, a informação contextual abreviada na página História de Portugal deste blogue.



Mas também se fazem ouvir as vozes monárquicas e de estrema-direita, não sempre exentas de contradições involuntárias. Desde princípios de Setembro circula, com bastante êxito, um vídeo em youtube que é acompanhado, curiosamente, pela música do grupo de heavy metal alemão Rammstein, frequentemente relacionado com um ideário neo-fascista. Aí, o ímpeto patriótico mordeu-se no rabo.

27/09/10

Mia Couto adaptado ao cinema

O romance O Último Voo do Flamingo (2000), de Mia Couto, foi adaptado ao cinema por João Ribeiro, numa co-produção internacional (Portugal, Moçambique, Espanha, França e Brasil). A estreia foi há duas semanas em Lisboa. Este é o segundo filme inspirado na obra do autor moçambicano, depois de, em 2007, a realizadora portuguesa Teresa Prata ter adaptado Terra sonâmbula (1992).
A história do filme começa numa pequena localidade do interior de Moçambique onde, alguns meses após o fim da guerra civil, ocorrem cinco explosões de que restam apenas pénis decepados e capacetes azuis. O filme retrata o país dilacerado do início da década de 90, que parece estar entregado à ideia: seremos para sempre escravos, só mudam os senhores. Mas também ganha grande atualidade com a recente revolta popular em Moçambique por causa do preço do pão (mais informação aqui, aqui ou aqui.

15/09/10

Morreu Francisco Ribeiro, fundador dos Madredeus

O músico e compositor Francisco Ribeiro, um dos fundadores dos Madredeus, morreu esta terça-feira, 14 de setembro. O violoncelista trabalhou nos álbuns Os Dias da Madredeus, Existir, O Espírito da Paz e Ainda. Em 1997, abandonou a banda para estudar música em Inglaterra, onde se licenciou em Composição.